HOMEM SEM ROSTO

Testemunha de Jeová português, o Homem Sem Rosto, aceita ser operado!?! À esquerda José Mestre com 14 anos quando seu tumor ainda estava começando e ao lado ele hoje em dia.
O ex-guarda de trânsito José Mestre, que durante décadas recusou todas as cirurgias possíveis em seu rosto desfigurado, em virtude da sua opção religiosa (ele é Testemunha de Jeová), teve suas esperanças reavivadas por um médico britânico que prometeu operá-lo, através de inovadoras técnicas médicas sem que seja necessária uma transfusão de sangue. Relutante em aceitar o recurso da transfusão sanguínea, Jose Mestre, que tem 51 anos, aprendeu a sobreviver com um tumor, que nasceu em seu lábio ainda na adolescência e hoje ocupa quase a totalidade de seu rosto. O tumor atualmente tem quase dez quilos e já deixou Jose cego de um olho, transformando suas refeições em um verdadeiro calvário. Como ela já começa a bloquear suas vias aéreas, os médicos temem por sua vida. Segundo o site Telegraph, essa equipe britânica de cirurgiões faciais, chefiada por Iain Hutchison, propôs tratar José, utilizando uma técnica revolucionária, que usará ondas ultrasonicas para coagular seu sangue antes da cirurgia. Esta técnica deve permitir que o tumor seja removido sem risco de uma forte hemorragia - preservando sua doutrina religiosa, que proíbe transfusões sanguíneas, o único fator que tem dificultado a sua busca por tratamento. O Dr. Hutchison, diretor do Saving Faces, está muito otimista: "Creio que podemos retirar uma grande parte das lesões - cerca de 80 por cento", disse ele. O Saving Faces
é o único programa no Reino Unido exclusivamente dedicado à redução mundial de doenças e lesões faciais. Jose Mestre e sua irmã Guida que não compartilha da mesma religião. "The Man with No Face" (O Homem sem Rosto) A vida de José Mestre foi documentada pelo Discovery Channel que produz uma série chamada "Minha história chocante". Através do programa, o Testemunha de Jeová português conseguiu acesso a esse tratamento gratuito com o especialista inglês. Diariamente, Mestre deixa sua casa nos arredores de Lisboa e segue para a Praça do Rossio, no centro da capital portuguesa, onde costuma chamar a atenção de quem passa pelo local. Ele morava com a mãe, de quem adquiriu todas as fortes doutrinas de sua religião, mas desde a sua morte, é sustentado por parentes, que discordam de sua passividade frente à doença. "Morra sozinho! Pra mim, chega!", gritou aos prantos a irmã de Mestre, Guida, num momento de desespero, enquanto o irmão se mostrava relutante em aceitar as sugestões do médico. Mesmo sem compartilhar da mesma fé, a família dá toda assistência necessária ao português que, por causa do problema, não consegue arrumar emprego e, muito menos, uma namorada. O cirurgião Iain Hutchison, do Hospital St. Bartholomew em Londres está esperançoso com o novo método proposto para extirpar o tumor do rosto do paciente. "Eu acho que nós conseguiremos tirar uma grande parte dele. Cerca de 80%". De qualquer maneira, o espanto com o caso do português é notório. "Eu nunca vi uma má formação vascular tão grande". O tratamento ao qual Mestre será submetido é inovador, pois através de ondas de ultra-som, seu sangue será coagulado antes de qualquer corte ser realizado, o que irá reduzir significativamente o sangramento durante a cirurgia e evitar a necessidade de transfusão. Sem compartilhar da mesma fé, a família dá toda assistência necessária a Jose Mestre. Como reagirá a um novo rosto? Assim que viu José, Hutchison não hesitou em propor-lhe uma cirurgia inovadora e completamente gratuita. "Não cobro muitas das cirurgias que faço. Eu já recebo o meu ordenado do Estado e posso dizer que não sou pobre, não ganho tanto quanto um jogador de futebol, mas ganho bem. E não há nada melhor do que curar uma pessoa. Poder ajudar os pacientes nesta situação é algo maravilhoso", conta o cirurgião. José demorou um pouco para decidir-se. E o médico, experiente, não consegue censurá-lo. "Ele está cansado e apreensivo. Não tem tido uma vida fácil. Já foi visto por outros médicos e passou por outros tratamentos que não obtiveram resultado positivo. Porque é que há-de acreditar?" Além disso, existe um lado psicológico que não pode ser menorizado. "Porque o rosto de cada um faz parte da sua personalidade e José Mestre viveu praticamente toda a sua vida com a cara deformada, cada vez mais deformada. Como reagirá a um rosto completamente novo e que não terá nada a ver com a memória de si mesmo quando era adolescente?". O cirurgião acredita que José necessitará de ajuda psicológica, mas que será muito mais feliz sem a doença. "Até por motivos funcionais." José quase não consegue respirar, fala e come com dificuldade, só consegue ver de um olho. Em breve começará a sofrer de outras doenças associadas a esta condição. "Já operei muitos outros pacientes com este problema, mas nunca tinha visto nenhuma lesão assim tão grande", confessa o médico, um dos maiores especialistas ingleses em cirurgia facial e fundador da Saving Faces, uma fundação que reúne 500 cirurgiões de todo o país com o objectivo de estimular a pesquisa nesta área.

Jose Mestre e sua irmã Guida em Londres. Desde os 2 anos de idade nos consultórios José Mestre nasceu com uma mancha escura mas aparentemente inofensiva no rosto. "A mancha era lisa, mas começou a criar borbulhas e estas foram evoluindo até me consumir a face quase por completo e hoje só me resta um olho, do qual vejo mal", conta, descrevendo que tinha menos de dois anos quando a mãe começou a peregrinação pelos médicos. A má formação vascular e o angioma de que padece foram progredindo ao longo do tempo, apesar de José ter sido operado ao lábio inferior, aos 14 e aos 18 anos, para tentar conter a progressão da doença. O angioma, que lhe chega abaixo do pescoço, está a comprometer-lhe cada vez mais a fala e a vergar-lhe a coluna devido ao peso, tornando muito difícil que José consiga trabalhar, mas nem sempre foi assim. "Aos 14 anos eu ajudava numa drogaria e a partir dos 16 controlava o trânsito numa via de Queluz, onde então morava, tendo mantido essa ocupação até aos 46 anos, em acumulação com o Rossio, onde estou há mais de duas décadas", recordou José Mestre.

Crença religiosa colaborou para que a doença se agravasse ainda mais. Diferentes reações das pessoas "As pessoas sempre me dão alguma coisa e às vezes ganho 15 euros por hora. Se não fosse assim, nunca poderia pagar o aluguel, a água, luz e gás e os meus medicamentos, pois recebo do Estado apenas uma pensão por invalidez", acrescenta. Todavia, as reações de quem passa nem sempre são as melhores. "Há uma ou outra pessoa que se interessa pelo meu problema e vem falar comigo, mas a maioria apenas quer tirar fotos e essa falta de respeito me magoa", confessou José Mestre, acrescentando que também há quem lhe peça para "tirar a máscara". As situações já levaram José Mestre a mostrar a carteira de identidade, em cuja fotografia está claramente patente o angioma, ou até a apedrejar quem o provoca. "O José tem vários processos porque, quando atira pedras, as pessoas vão dizer à polícia que ele é agressivo, mas não contam que o insultam ou lhe tiram fotografias, até com os celulares, sem sequer pedir", revelou a irmã, Guida. Outras pessoas fogem "agarradas à carteira como se tivessem medo que as fosse atacar e roubar", conta José com uma ponta de ira e de mágoa. Apesar da estranheza manifestada por muitos transeuntes, José Mestre afirma que o seu caso não é o único no país, "nem sequer em Lisboa, onde existem pelo menos mais dois ou três, entre eles um homem que costuma carregar o celular numa loja do Rossio e duas crianças que passam muitas vezes na praça com sua mãe". Guida, irmã de José, pede "que as pessoas se aproximem de José sem receio e o tratem com a dignidade que ele merece", e que "deixem de tirar fotografias abusivas, sem autorização dele, porque algumas delas já foram encontradas até como curiosidade em sites pornográficos."



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